domingo, 18 de enero de 2009

Vueltas

Um dia me ocorreu a idéia de ter uma roda gigante como personagem de um filme. Seria uma metáfora do eixo que move o mundo. Iniciei assim uma obsessão em encontrar uma roda gigante majestosa. Mas devido ao peso do mundo, suas engrenagens já teriam que estar gastas. Sonhava com o contra luz que revelaria sua melancolia. O roteiro foi ganhando novos tratamentos e vislumbramos a possibilidade de rodar em um parque de diversões sergipano que estava de passagem por Salvador. Estava montado na Paralela. Foi quando descobri que deixar uma roda gigante melancólica estava muito acima de nosso orçamento. Uma segunda tentativa surgiu em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro. Era uma roda gigante inacreditável. E o melhor ainda estava por vir. No final da tarde, o pôr do sol caia perfeito para o ângulo de câmera. As forças celestiais me presenteavam a tão sonhada melancolia. Mas logo descobri que aquela roda gigante era muito famosa, trabalhava em novelas e seriados da Rede Globo. E dessa vez era o seu cachê que estava completamente fora do nosso orçamento. Engavetamos o projeto. Realizamos Pornographico. E durante esse período, estive fotografando todas as rodas gigantes que encontrei. A mais interessante de todas encontrei na Índia. Estava aí com Antonio Luiz por conta do documentário de Bernard Attal e me surpreendi com um parque sendo montado ao lado do nosso hotel. Nada pode ser mais cinematográfico que um parque de diversões indiano. O parque fazia parte das festividades do Diwali, a festa da luz. Ali, a roda gigante não era uma atração romântica, mas de pura adrenalina. Girava em alta velocidade. Os gritos se mesclavam com as buzinas estridentes do trânsito indiano. O tempo passou. E alguns festivais depois, Pornographico começou sua jornada de “buena onda” na Argentina. Paula, Ernesto, Marcos e Mel mudaram para lá. E depois de dez meses e mais umas tantas rodas gigantes portenhas, encontrei a tão sonhada metáfora para o eixo do mundo. Aqui elas são conhecidas por “vuelta al mundo”. Perfeito. E a luz que revelaria sua melancolia? A resposta eu encontrei com Mario Finale, um engenhoso construtor de “faroles”, que me apresentou seus grandes balões de luz suave, construídos por ele mesmo em sua “hermosa” oficina.
Haroldo Borges, diretor de fotografia e co-diretor.

1 comentario:

  1. Es muy interesante y linda tu historia, persiguiendo tu sueño para encontrar la rueda(Vuelta al mundo), bueno, por las fotos, ví que ya la encontraste y es preciosa.
    Me gusta mucho la foto de la vuelta al mundo al atardecer.
    Ya esta la vuelta al mundo y como dice Firmino: "Las personas buscan emociones, quizás para sentirse vivas"...
    La rueda(Vuelta al mundo) es precisamente esa clase de emociones que no olvidé cuando subí por primera vez con mi primer novia.
    Fue hermoso ver la ciudad desde arriba y despues bajar y volver a subir, verla reir, ser feliz, besarnos en el punto más alto de la vuelta al mundo y disfrutarnos.
    Con el tiempo y otras mujeres, pensé que la vuelta al mundo se asemejaba a esa clase de relaciones tormentosas, en las cuales hay un pico de felicidad y despues todo vuelve hacia abajo, para luego volver a subir, pensaba que aquello era parte del amor pero después me di cuenta que era parte de la locura.
    Que una relación entre dos se parece más a un subibaja, en cual uno empuja al otro cuando esta abajo para que este más arriba y asi sucesivamente. También, si se logra equiparar fuerzas se puede mantener, en el subibaja, identico nivel altura para los dos. Saludos Director Haroldo. Hernán Carro

    ResponderEliminar