Minha Roda Gigante

Há 10 meses atrás, quando eu cheguei a Buenos Aires, tinha pelo menos dois desafios: encontrar o parque de diversões perfeito e a partir daí produzir o nosso curta-metragem Noites em Claro. O tempo passou. E com o tempo, os desafios cresceram. Cresceram junto com os nossos sonhos, junto com a nossa história, junto com a nossa equipe... E o que era curta virou longa. E Noites em Claro virou Noches Desveladas. Produzir o meu primero longa-metragem, um filme independente, fora da Bahia, me custou alguns “frios na barriga”. Certamente, ainda me custará muitos outros. Não é fácil. Nunca é. E quem é que quer que seja? Noches Desveladas está sendo uma experiência muito rica e especial. E seja em português, alemão, ou em “castellanos” de sotaques diversos, estamos todos falando a mesma língua. Parceiros, atores e técnicos levam diariamente um pouquinho do que é “seu’, para que juntos a gente possa construir o “nosso”. Eu vejo todo esse intercâmbio e diversidade cultural como características que talvez façam com que o filme seja ao mesmo tempo global e local, plural e singular. Isso é muito compensador. E como bons maquinistas desse parque, vamos operando as engrenagens, cuidando com zelo do motor. Estamos disfrutando nossas próprias noches desveladas. Afinal de contas, essa é a nossa roda-gigante. E ela não pode parar de girar.

Paula Gomes, co-diretora e produtora.